"A
luta contra o preconceito não deve ser um acto mas sim um hábito"



quarta-feira, 5 de maio de 2010

Projectos desenvolvidos no interior do EP para uma reintegração mais eficaz do ex-recluso na Sociedade

Estes projectos apresentam uma importância fundamental, pois servem como meio de preparação para os reclusos poderem enfrentar a Sociedade com as ferramentas necessárias, aquando da sua saída em liberdade.
Projectos Socioculturais
De um modo geral, o estabelecimento prisional desenvolve projectos ao nível dos jornais, da música, do teatro, da leitura e da escrita.
Os jornais
têm uma importância formativa e informativa visto que constituem um espaço de reflexão e de lazer. São, também, veículos privilegiados de informação junto da população reclusa, a qual pode intervir na elaboração dos mesmos, caso seja este um projecto existente num dado EP.
A música pode ser utilizada para incentivar a sociabilidade e a criatividade. Assim, no dia Internacional da Música, a DGSP organiza o Festival de Música Inter-Prisões, que se traduz no intercâmbio musical efectuado entre os diversos grupos musicais de cada EP.
A actividade teatral é um projecto que vem sendo alvo de uma crescente aderência, pois possibilita o desenvolvimento de competências pessoais e sociais, quer pela formação espontânea de pequenos grupos que manifestam interesse nesta actividade, quer pela representação de peças por Companhias/Grupos de Teatro vindos do exterior.
Por último, ao nível da
leitura e da escrita, o livro pode ser considerado como um dos principais instrumentos que nos permite aceder à cultura. Por esta razão, a dinamização das bibliotecas dos EP foi uma das áreas de intervenção privilegiada, uma vez que apoiam e complementam todo o trabalho educativo, enquadrado no projecto de reabilitação dos reclusos.
Para que se possam diminuir os índices de iliteracia revelados pela população prisional, é feito, por parte dos serviços prisionais, um esforço contínuo no sentido da promoção da leitura, através da participação de escritores e actores em palestras e em debates sobre textos literários ou outros de interesse para os reclusos.

O preconceito do qual os ex-reclusos são alvo

É importante relembrar que a reintegração dos ex-reclusos não se encontra somente ao encargo destes, da sua iniciativa e capacidade de lutar, sendo que as ajudas e apoios fornecidos pela Sociedade se assumem como indispensáveis.
A partir do momento em que o individuo sai em liberdade confronta-se com um obstáculo que, por vezes, é mais devastador que todos os outros: o preconceito, proveniente de vários estereótipos e de um determinado estigma.
Os estereótipos são representações ou crenças rígidas e simplificadoras sobre um grupo de pessoas, neste caso, os ex-reclusos, que resultam de uma generalização excessiva e abusiva. Como tal, há uma tendência para exagerar certas características dos mesmos. Verifica-se uma estigmatização que tem como consequência um agravamento da condição dos ex-reclusos, pois o estigma é um atributo social que desacredita profundamente uma pessoa, estilhaçando a sua identidade e impedindo-a de ser socialmente aceite. Neste sentido, é fundamental perceber e ter consciência do nível de preconceito existente perante os ex-reclusos.